Por viver muitos anos dentro do mato
moda ave
o menino pegou um olhar de pássaro-
contraiu visão Fontana.
Por forma que ele enxergava as coisas
Por igual
Como os pássaros enxergam.
As coisas todas inominadas.
Água não era ainda a palavra água.
Pedra não era ainda a palavra pedra.
E tal
As palavras eram livres de gramáticas e
Podiam ficar em qualquer posição.
Por forma que o menino podia inaugurar.
Podia dar às pedras costumes de flor.
Podia dar ao canto formato de sol.
E, se quisesse caber em uma abelha, era
Só abrir a palavra abelha e entrar dentro
Dela.
Como se fosse infância da língua.
Manoel de Barros
Que bom que se identifica um pouco com o que escrevo, também me encontrei assim neste blog.
ResponderExcluirMe chamo Júlia, e espero que você goste do meu espaço :D
Um beijo
olá professora,
ResponderExcluirtenho um perfil um pouquinho parecido com o seu. rsss.
... no vc é amante dos pássaros eu estou amando a ironia. Se a gente pudesse ensiná-la seria ótimo, concordo?
meu nome é João Araújo
um abraço
Todo esforço para aumentar a sensibilidade é louvável.
ResponderExcluirGostei.
Bel..
ResponderExcluirPreciso recuperar a vontade do cometa do Zeca Baleiro, do Inaugurar do Manoel de Barros, da busca inconstante que é minha..mas pra isso tudo preciso um pouco mais de lugares como este aqui.
Adorei um beijo lindeza!!